domingo, 24 de novembro de 2013

CÂNCER DE COLO DE UTERO


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O colo do útero é a parte mais baixa e estreita do útero, órgão do aparelho reprodutor feminino que tem duas partes: o corpo do útero (onde o bebê se desenvolve) e o colo, que liga o útero à vagina.

O câncer de colo do útero, também chamado de câncer cervical, tem início no tecido que reveste esta região; e se desenvolve lentamente. Primeiramente, algumas células normais se transformam em células pré-cancerosas e, mais tarde, em cancerosas.
Esse processo pode levar anos, embora em alguns raros casos seja acelerado. Tais alterações recebem o nome de neoplasia intraepitelial cervical (NIC). Em algumas mulheres, elas desaparecem sem necessidade de tratamento, mas podem exigir tratamento para que não se transformem em câncer.
Há dois tipos principais de câncer de colo do útero: os carcinomas de células escamosas - que representam entre 80% e 90% dos casos - e os adenocarcinomas, de 10% a 20% do total.

A incidência de câncer de colo de útero é muito alta nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento e mais baixo nos países desenvolvidos. A principal razão é a realização regular de exames preventivos, sobretudo o Papanicolaou, que detecta a doença em seus estágios iniciais, aumentando assim as chances de sucesso do tratamento. Nos países pobres e em desenvolvimento, porém, a procura e o acesso ao exame ainda é problemático, o que explica a alta incidência da doença.
No Brasil a incidência de câncer de colo de útero é alta e apenas este ano estima-se a ocorrência de cerca de 19 mil novos casos, o que significa o terceiro câncer mais comum entre as brasileiras, atrás apenas dos de pele e de mama.

Lesões pré-cancerosas (ou mesmo o câncer de colo de útero em seus estágios iniciais) geralmente não apresentam sintomas. Estes só aparecem nos casos mais avançados. E o aparecimento de qualquer dos sintomas a seguir deve ser comunicado ao médico:
  • Aparecimento de secreção, corrimento ou sangramento vaginal incomum;
  • Sangramento leve, fora do período menstrual;
  • Sangramento ou dor após a relação sexual, ducha íntima ou exame ginecológico.
Esses sintomas não significam que a mulher tem câncer. Podem indicar vários outros problemas, mas revelam que é preciso consultar um médico.

Se suspeitar de lesão pré-cancerosa ou de câncer, o médico poderá pedir novos exames, entre eles:

Colposcopia

Esse exame permite examinar o colo do útero através de um aparelho chamado colposcópio, que se assemelha a um par de binóculos. Ele produz uma imagem ampliada entre 10 a 40 vezes, permitindo que o médico identifique lesões imperceptíveis a olho nu.

Biópsia

Remoção de uma amostra de tecido, que será analisada ao microscópio para ver se há células cancerosas.

As opções de tratamento para o câncer de colo de útero dependem do estágio da doença. Basicamente, existem três opções (cirurgia, quimioterapia e radioterapia) e muitas vezes duas dessas abordagens podem ser usadas.

Cirurgia

Existem vários tipos de cirurgia, algumas envolvendo apenas a lesão e outras compreendendo a remoção do útero (histerectomia). Entre as mais usadas estão:
Cirurgia a laser: aqui o laser é usado para queimar as células doentes. O procedimento é usado apenas nos casos de câncer pré-invasivo, ou seja, superficial.
Conização ou traquelectomia: é a retirada de uma porção do colo de útero em forma de cone. Muitas vezes é usada como o único tratamento nos casos de Neoplasia Intra-epitelial (NIC) do colo do útero, ou seja, quando não há invasão dos tecidos.
Histerectomia abdominal: é a remoção do útero e colo do útero por meio de incisão abdominal. A salpingooforectomia bilateral envolve a remoção dos ovários e trompas.
Histerectomia radical (histerectomia total ampliada ou operação de Wertheim-Meigs): consiste na retirada do útero com os seus ligamentos (paramétrios) e da parte superior da vagina. É associada à remoção dos gânglios linfáticos (linfonodos pélvicos).
Exenteração pélvica: além da retirada de colo do útero, útero e gânglios linfáticos, e neste procedimento outros órgãos como bexiga e reto podem ser removidos.

Radioterapia

Tratamento que utiliza raios de alta energia para matar células cancerosas. Pode vir de fonte externa ou interna (braquiterapia). Nesta última, o material radiativo é colocado diretamente no colo do útero através de tubos ou agulhas.

Quimioterapia

É o uso de medicamentos, que caem na corrente sangüínea e atingem todo o organismo.

Estadiamento

Estadiamento é um sistema que os especialistas utilizam para estabelecer a extensão da disseminação do câncer. O câncer de colo de útero usa o sistema de estadiamento da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), que classifica a doença em estágios de 0 a IV (zero a 4).
Estágio 0: O tumor é um carcinoma "in situ", superficial, encontrado apenas nas células de revestimento do colo do útero e ainda não invadiu os tecidos mais profundos.
Estágio I: O tumor invadiu o colo do útero, mas não se espalhou para outros órgãos.
  • Estágio IA: é a forma mais inicial do estágio I, caracterizada por uma quantidade muito pequena de células cancerosas que só podem ser vistas ao microscópio;
  • Estágio IA1: a área invadida pelo câncer tem 3mm de profundidade e até 7 mm de largura;
  • Estágio IA2: a área invadida pelo câncer tem entre 3 mm e 5 mm de profundidade e até 7 mm de largura;
  • Estágio IB: neste estágio geralmente o câncer pode ser visto sem a ajuda de um microscópio. Ele inclui também o câncer que já avançou mais de 5mm no tecido conectivo do colo do útero ou tem mais de 7mm de largura, mas só pode ser visto ao microscópio;
  • Estágio IB1: O câncer é visível, mas não tem mais de 4 cm;
  • Estágio IB2: O câncer é visível e tem mais de 4 cm.
Estágio II: O câncer não está mais restrito ao colo do útero, mas ainda se limita à região pélvica.
  • Estágio IIA: O câncer atingiu a parte superior da vagina, mas não o terço inferior;
  • Estágio IIB: O câncer atingiu o tecido vizinho ao colo do útero, o chamado tecido parametrial.
Estágio III: O câncer se espalhou para a parte inferior da vagina ou para a parede pélvica e pode bloquear os ureteres, canais que levam a urina dos rins para a bexiga.
  • Estágio IIIA: O câncer atingiu o terço inferior da vagina, mas não a parede pélvica;
  • Estágio IIIB: O câncer atingiu a parede pélvica e/ou bloqueia o fluxo de urina para a bexiga.
Estágio IV: É o mais avançado, em que o câncer atinge órgãos próximos ou de outras partes do corpo.
  • Estágio IVA: O câncer se espalhou para a bexiga ou reto, que ficam perto do colo do útero;
  • Estágio IVB: O câncer se espalhou para órgãos distantes, como os pulmões.

  • Fatores de Risco
  • Fator de risco é qualquer situação que aumente as chances de uma pessoa desenvolver determinada doença. Alguns, como o cigarro, por exemplo, podem ser evitados, outros, como a idade, não:

    Infecção por HPV

    É o mais importante fator de risco. O HPV (papilomavírus humano) é uma família de cerca de 140 tipos de vírus. Alguns HPVs causam verrugas genitais (condiloma), e outros, câncer de colo de útero, os chamados HPVs de alto risco. Os HPVs são transmitidos sexualmente e o risco de infecção é maior em quem tem início precoce da vida sexual e mantém relações sexuais sem preservativo.
    O risco é maior também entre as mulheres que têm múltiplos parceiros ou que mantêm relações com homens que têm várias parceiras. Atualmente, não existe cura ou tratamento diretamente contra o HPV, mas geralmente, a infecção desaparece sem tratamento. O teste de Papanicolaou detecta alterações nas células provocadas pelo HPV e, embora não haja tratamento para a infecção, o crescimento celular anormal que ele provoca pode e deve ser tratado. Embora seja o mais importante fator de risco para o câncer de colo de útero, a maioria das mulheres infectadas não vai desenvolver a doença. Acredita-se que outros fatores também desempenhem papel importante para o aparecimento da doença.

    Fumo

    Mulheres fumantes têm duas vezes mais chance de ter câncer de colo de útero em relação às que não fumam.

    Infecção por HIV

    O vírus da Aids também pode ser um fator de risco, na medida em que diminui as defesas do organismo e reduz sua capacidade de combater o vírus e o câncer em seus estágios iniciais.

    Infecção por clamídia

    é uma infecção, sexualmente transmitida, bastante comum e que a maioria das mulheres só descobre no exame de Papanicolaou. Alguns estudos indicam que mulheres que têm ou tiveram clamídia correm maior risco de ter câncer de colo de útero.

    Alimentação

    Uma dieta rica em frutas, verduras e legumes diminui o risco de câncer de colo de útero e de outros cânceres. 
    A maioria dos tumores de colo de útero pode ser evitada através da prevenção e controle dos fatores de risco e também do tratamento de lesões pré-cancerosas. A partir de agora, com aprovação da vacina contra o HPV (administrada antes do inicio da vida sexual) a prevenção de até  70% dos casos pode ser assegurada.

    Exame de Papanicolaou

    Ele pode detectar as lesões pré-cancerosas causadas pelo HPV que, tratadas, detêm o problema antes que ela assuma a forma invasiva. Geralmente este exame é feito durante o exame ginecológico e consiste na análise microscópica de células do colo de útero obtidas através de uma leve raspagem.
    • Todas as mulheres devem fazer o Papanicolaou anual a partir dos 21 anos ou a partir do terceiro ano após o início de sua vida sexual;
    • A partir dos 30 anos, mulheres que tiveram três Papanicolaous normais seguidos podem fazer o teste a cada 2 ou 3 anos ou fazer o Papanicolaou a cada 3 anos junto com o teste de DNA de HPV se negativo;br />
    • Mulheres expostas a certos fatores de risco (portadoras do HIV ou com problemas de sistema imunológico) devem fazer o exame anualmente;
    • Mulheres com 70 anos ou mais que tiveram 3 ou mais testes normais em seqüência (e nenhum resultado anormal em 10 anos) podem parar de fazer exames;
    • Mulheres submetidas a histerectomia total (retirada do útero e colo do útero) por motivo outro que não o câncer ou lesão pré-cancerosa também podem parar de fazer o exame;
    • As submetidas à histerectomia parcial devem continuar com os exames de rotina.

    Captura híbrida

    Esse exame permite que o médico identifique o tipo de HPV e verifique se trata-se ou não de um dos que estão associados ao aparecimento de câncer, ou seja, se é um vírus de alto ou de baixo risco. Ele é usado em mulheres acima dos 30 anos e naquelas cujo Papanicolaou é levemente anormal, para ver se novos testes ou tratamentos são necessários.

    Vacina

    Ela não serve para quem já tem HPV, mas deve ser aplicada em mulheres antes do início da vida sexual. Há 2 vacinas no mercado. Uma é eficaz contra as versões 16 e 18 do vírus, que respondem por até 70% dos casos de câncer de útero. A outra é eficaz contra os tipos 16 e 18 e contra as variedades 6 e 11, responsáveis por  80% dos casos de condiloma (verrugas genitais).


sábado, 28 de setembro de 2013

VACINA CONTRA CATAPORA PASSA A SER OFERTADA NO SUS

O público alvo é formado por crianças de 15 meses que já tenham tomado a primeira dose da tríplice viral. Com a nova vacina, o Ministério pretende reduzir as internações por varicela (catapora)

O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), passa a oferecer a partir deste mês de setembro, em toda a rede pública de saúde, a vacina varicela (catapora) incluída na tetra viral, que também protegerá contra sarampo, caxumba e rubéola. A nova vacina vai compor o Calendário Nacional de Vacinação e será ofertada exclusivamente para crianças de 15 meses de idade que já tenham recebido a primeira dose da vacina tríplice viral. Com a inclusão da vacina, o Ministério da Saúde estima uma redução de 80% das hospitalizações por varicela (catapora).
“Com apenas uma injeção o Brasil vai poder proteger suas crianças contra quatro tipos de doenças. Hoje, temos dados que mostram que quase nove mil pessoas são internadas por ano pela varicela e temos mais de 100 óbitos. Além disso, facilita o trabalho dos profissionais e traz economia, pois usa-se apenas uma agulha, uma seringa, um único local de conservação”, declarou o ministro Alexandre Padilha.
Com a tetra viral, o SUS passa a ofertar 25 vacinas, 13 delas já disponibilizadas no Calendário Nacional Vacinação. Foram investidos R$ 127,3 milhões para a compra de 4,5 milhões de doses por ano. A população deve se informar no posto de saúde mais próximo para saber se a vacina tetra viral  já está disponível. Isso porque alguns municípios ainda estão adequando a rotina à nova vacina, por causa da necessidade de capacitação dos profissionais para administração da dose ou pela dificuldade de distribuição para as salas de vacina em locais de difícil acesso. A previsão é que todas as 34 mil salas de vacinação distribuídas no Brasil estarão ofertando as doses até o final do mês.
A vacina tetra viral é segura - tem 97% de eficácia e raramente causa reações alérgicas. Não haverá campanha de vacinação, pois a vacina tetra viral será disponibilizada na rotina dos serviços públicos em substituição à segunda dose da vacina tríplice viral. A vacina evita complicações, casos graves com internação e possível óbito, além da prevenção, controle e eliminação das doenças sarampo, caxumba e rubéola.
PARCERIAS - A produção nacional da vacina tetra viral é resultado da parceria para transferência de tecnologia entre o laboratório público Bio-Manguinhos e o laboratório privado britânico Glaxo Smith Kline (GSK). Nos acordos de transferência de tecnologia, firmados pelo Ministério da Saúde, a produção se dá por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), feito com os laboratórios públicos. Nessa parceria, os laboratórios da rede privada, são responsáveis por produzir o princípio ativo e transferir a tecnologia. Como contrapartida, o governo garante exclusividade na compra do medicamento por cinco anos. 
Esta é a sétima parceria entre o laboratório privado GSK e o laboratório público Bio-Manguinhos. Desde 1980, os laboratórios produzem juntos as vacinas poliomielite, Haemophilus influenzae tipo b (Hib) – que causa meningites e outras infecções bacterianas –, tríplice viral, rotavírus, dengue e pneumocócica conjugada, que protege contra a pneumonia e meningite causada por pneumococo.
Ao total, estão em vigor 35 PDPs para a produção de 33 produtos, sendo 28 medicamentos e quatro vacinas. As parcerias envolvem 37 laboratórios, 12 públicos e 22 privados, nacionais e estrangeiros.

sábado, 31 de agosto de 2013

Ministério da Saúde incorpora vacina contra HPV ao SUS




O Ministério da Saúde anunciou a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) da vacina contra o papilomavírus (HPV), usada na prevenção de câncer de colo do útero
É a primeira vez que a população terá acesso gratuito a uma vacina que protege contra câncer. A meta é vacinar 80% do público-alvo, que atualmente soma 3,3 milhões de pessoas. O vírus HPV é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero, segundo que mais atinge mulheres, atrás apenas do mamário.
”Está é mais uma medida para enfrentarmos o problema do câncer de colo do útero, um problema que ainda é grande no país, em especial na região norte. Vamos preparar muito bem este público (meninas de 10 e 11 anos), suas famílias, e reforçar a estratégia envolvendo as escolas e os professores para provocar uma grande sensibilização”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele destacou ainda que a vacinação reduz a circulação do vírus no país.
A vacina que estará disponível na rede pública é a quadrivalente, usada na prevenção contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer. No escopo do acordo entre Ministério da Saúde e os fabricantes da vacina – Butantan e Merck Sharp & Dohme (MSD), que atuarão em parceria tecnológica – está prevista a possibilidade de uso da versão nonavalente, que agregará outros cinco sorotipos à vacina.

A vacina para prevenção da doença tem eficácia comprovada para pessoas que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.